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Uratai Branco
Queria uma moto clássica. Quem já poupou para comprar um bem de valor, sabe como é. Dinheiro separado dos outros investimentos, mês a mês acrescentando e lutando contra a tentação de gastar com outras prioridades que certamente vão surgir. Advogando o interesse todos os meses, diante de outros sonhos de consumo e necessidades da família. Financiar parece mais fácil para blindar-se dos desejos e necessidades. Uma vez feita a compra, “sinto muito, este mês tenho que pagar a parcela…” Mas não é essa a reflexão principal que desejo trazer. Quem sabe noutro texto!
Fato é que, dinheiro na mão, saí em busca da motocicleta ideal para meus sonhos e que se encaixasse no meu bolso. Encontrei o objeto do desejo. Estava com 2.500km e 6 anos de uso. Quase zero! Tanque cromado e nem um amassado ou risco relevante. Claro que fiz a velha pergunta: não rodou com ela? Não, comprou empolgado, não era bem aquilo que queria; ficou na garagem. Tinha tudo: chave original, manual, nota fiscal e o escambau. Negócio fechado.
Pensei: é só trocar óleo e rodar. Ainda dei uma voltinha. Todos elogiando a moto; eu orgulhoso, incansável em contar a todos como teria conseguido aquela maravilha.
Na sequência dos dias levei na oficina. Resolvi trocar o filtro de ar, de papel, e a surpresa: tinha um ninho de rato nele, roído e cheio de caca!
Fui motivo de chacota na oficina por semanas. Olha lá a “rat bike” do Branco!
Tudo se resolveu. Mas ficou uma lição.
Precisa muito trabalho, fé e decisão firme para conquistar qualquer coisa especial na vida. Nos dedicamos e é uma grande alegria ver o resultado. Todos temos histórias de conquistas para contar.
Também costuma-se dizer que uma moto parada com baixa quilometragem pode ter mais problema que uma com maior quilometragem que não fica muito parada.
Mas a reflexão é sobre o que acontece depois. Manutenção. A conquista precisa ser mantida. Quem comprou uma moto, certamente fez algum tipo de sacrifício para tê-la. Também o vendedor da minha. Mas este não soube conservar. Largou-a na garagem aberta de uma chácara, de onde só saía poucas vezes no mês. Como não andava, não fazia manutenção. E nos últimos meses, foi de tudo esquecida, a ponto de entender que não era mais importante possuí-la. Abandonou e deixou de dar valor a ela.
Assim também acontece com as coisas espirituais e os relacionamentos. Conquistam-se e exigem de nós tempo e energia para manter. Demandam tempo e esforço, que vão ter de ser alocados de algum outro lugar ou objetivo.
Determinando tu algum negócio, ser-te-á firme, e a luz brilhará em teus caminhos. (Jó 22.28 ARC)
Ser firme vai além da conquista. Tem um caminho posterior.
Conquiste sua moto e faça a melhor manutenção, para que continue trazendo alegrias. Andar com ela é o que nos trará prazer e intimidade. Vamos perceber as manutenções necessárias enquanto roda, seus ruídos, seu jeito. Quem mais anda, mais conhece a moto. Já se viu durante o dia ou noite pensando num barulhinho diferente que ouviu dela? Negue que foi na internet procurar uma explicação!
O relacionamento com Deus merece um paralelo. É caro, mas não precisamos pagar por ele, pois Jesus já pagou o preço na cruz. Cabe a nós fazer a manutenção da fé e evitar deixar parado (na garagem ou no banco da igreja), com a meditação, leitura das escrituras e convívio com outras pessoas que tenham o mesmo objetivo. E “dando rolê”, que é o cristianismo em ação. Senão, uma invasão de pensamentos ruins pode roer a sua alma, tirar seu fôlego e fazer perder a fé. Além de nos afastar daquele que quer estar contigo todos os dias da sua vida.
Portanto ide, ensinai todas as nações, batizando-as em nome do Pai, e do Filho, e do Espírito Santo; ensinando-as a guardar todas as coisas que eu vos tenho mandado; e eis que eu estou convosco todos os dias, até à consumação dos séculos. (Mateus 28. 19, 20 ARC)
Bora rodar?
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